Digivolua

Eaí, certin?


Finalmente no Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, cheia de encantos mil. Como é bom respirar o ar puro e desviar de balas perdidas! De andar dentro de um ônibus enrolando dinheiro em suas partes genitais pra caso alguém te assalte você entregar o dinheiro com cheiro de saco!


É, a realidade é dura. Por isso muita gente é tentada a sair dela, migrar pra realidade virtual.


No mundo virtual não precisamos conviver com as pessoas. Interagimos apenas com quem tem algo a ver com a gente. Cada perfil na rede social é como se fosse um curriculum, cabe a nós analisarmos quem merece ou não entrar na nossa rede de contatos. Bunda bonita? Pode entrar. Peitos grandes? Seja bem vinda. Frases engraçadas 24 horas? Tô seguindo. Gente sofrendo? Não obrigado.


O problema é que o mundo virtual não conseguiu preencher o que o ser humano não conseguiu no mundo real: O vazio existencial. E com ela, aumentamos a carência, necessidade de atenção... estamos tão próximos e tão distantes... E pra mim não tem nada pior que um ser humano tentando conseguir um pouco de atenção.

Creio que é daí que surgem os trolls e haters da internet. Lógico, não devemos confundir com um crítico. O crítico é uma outra espécie de chato. Enquanto os trolls e haters agem decerebradamente tentando ganhar sua atenção através de xingamentos, ameaças e outras bobagens, o crítico o faz através de um raciocínio lógico. 


Por outro lado, temos também as pessoas sensíveis. Sensíveis até demais. O fato do mundo virtual te roubar a convivência do mundo real é que cada vez mais as gerações ficarão mais molengas, e sem o jogo de cintura pra ouvir uma sugestão ou opinião que seja o contrário das opiniões delas. Aí pra elas, todo mundo é troll, hater, crítico, preconceituoso...


Parece que tolerância e respeito não participam da inclusão digital.


Então vivemos num ciclo de pessoas se expondo demais, sendo trolladas mais ainda, elas reclamando e se expondo mais com sua insatisfação dessas trollagens, e os trolls se alimentando disso também. Até que um dos lados cede, e o ciclo começa em outro canto.

Mas essa perseguição deve compensar. Pros dois lados. Por um lado, o ofendido, ele percebe que chamou a atenção de alguém. Pro ofensor, a mesma coisa.


Tem até quem aprenda com seus defeitos e os corrija. No photoshop.

Ego é realmente uma coisa complicada.

O problema do ego é que quando você o alimenta, ele pede mais e mais comida, massagem, carinho... e pra conseguir satisfazer esse apetite voraz, você vai se rebaixando a qualquer coisa, inclusive fingir ser algo que você não é.

Aí transformamos a internet numa sociedade de espetáculos cruel, onde fingimos ser o que não somos a ponto de ficarmos além de infelizes, esquizofrênicos, com um desejo enorme de mostrar às pessoas que não somos nada disso.

Enfim, vencer esse monstrinho chamado carência, e não se deixar dominar pelo poder que o ego tenta exercer em você é algo muito difícil. Enxergar que nos vangloriamos por coisas fúteis é difícil. Viver sem máscaras, conviver com pessoas de carne e osso, cheias de defeitos onde você não pode apertar o botão "Ficar invisível" é muito complicado. Mesmo. Mas não é impossível. Assim que nos tornamos maduros, e sabemos discernir entre um idiota querendo aparecer falando mal de você de uma pessoa que emite uma opinião contrária, mas que pode te ensinar muito com isso.


Ou continuar mostrando as peitcholas na interné. É sempre gostoso de se ver.

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É isso, até sexta, tchau.