Confissões de um desenhista

Eaí, certin?


Hoje é dia do desenhista!! 


Embora não tenha uma lei que o proteja e dê amparo e respaldo legal, que não seja uma profissão reconhecida a ponto de ser considerado algo acadêmico, e de ser menos respeitada que uma prostituta anã com sífilis, se bem que eu respeitaria, nós desenhistas, temos nosso dia.


E eu quero comemorar desenhando. Então que tal você encomendar algo comigo? Que tal uma caricatura? Ou senão, tiras em quadrinhos mostrando momentos especiais da sua vida! Gostou da idéia? Fale comigo. Seria um grande presente pra mim.


E falando em momentos especiais, hoje será um dia especial aqui no blog. Em homenagem ao meu dia, o post é dedicado a mim! Então nada de Senta na Prancheta, ou um ensaio sensual. O post de hoje conterá minhas memórias, o que me levou a ser desenhista.


Sei que tudo começou quando eu era beeem criança. Outro dia achei um recado da minha professora de quando tinha 5 anos, e nele dizia:


"O Douglas é um ótimo menino. Ele parece ter o dom de desenhar, seu único problema é o excesso de preguiça de arrumar as coisas, e a falta de vontade de socializar com outras crianças. Mas o desenho parece ser um futuro promissor pra ele". 


E aquela professora, que hoje pode ser uma vovó aposentada, foi uma profeta sem saber.


E o desenho desde aquela época se tornou meu modo de expressão e de sobrevivência. Naquela época na escola.

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Quando os professores e alunos descobriam meu talento pra desenho na escola, logo me tornava uma celebridade. Choviam pedidos, pessoas queriam ser minhas amigas, os valentões me respeitavam, pois eu detinha o poder. Eles podiam quebrar meus dentes, mas nada poderia ser mais doloroso do que ter seu desenho numa posição constrangedora sendo espalhado na escola. Sim, o cérebro vencia os músculos.

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Junto com o desenho, meu vício em gibis. Comecei com a Mônica, que me acompanhou um bom tempo, e em paralelo os gibis do Conan. As histórias do Conan se resumiam em matar demônios, monstros, ou qualquer um que olhasse torto pra ele, e no final comer a virgem de algum reino. Ou até duas. Eu lia isso com sete anos de idade. Minha mãe só descobriu o que tinha nesses gibis depois dos onze. Tarde demais, já tinha sido moldado.

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Já minha adolescência foi povoada pelos X-Men. Minha mochila não tinha livros didáticos, tinham gibis e uniforme de futebol pra partida após a aula. O grande problema é que na minha adolescência, calhou de surgir os famosos desenhos japoneses, e com esses seriados japoneses, os nerds viciados que achavam que a vida real era um grande Cavaleiro do Zodíaco. E aí pra sobreviver, ou eu deixava de ser nerd, ou apanhava junto com eles gritando por Athena. Traí o movimento. 

Voltei a desenhar somente depois do ensino médio, quando minha pobre mãe, desiludida com o filho sem perspectiva de vida que tinha gerado, sugeriu (obrigou) que eu procurasse ganhar dinheiro com desenho. Foi quando comecei a estudar.

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E desde então, gastei mais dinheiro que ganhei, e o dinheiro que ganhei virou gibi, que aumentou minha sede de desenhar e ganhar mais dinheiro pra comprar mais gibi. E desde então vivo assim.

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Eu tenho muitas histórias pra contar, mas fica pra um outro dia. Se você é desenhista, e quer ganhar dinheiro, ter grandes clientes, prestígio e dinheiro no bolso? Não desista. E fale comigo, porque ainda não sei.

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Ah, sendo hoje o dia do desenhista, eu fui entrevistado pelo site Jacarepaguá Cultural, onde pude falar mais um pouco da minha vida. Checa só: http://bit.ly/e8v1hG - Beijo pra Regiane, que tem me dado muito apoio e ótimas idéias que breve vocês verão por aqui!

E já que você está aqui, aproveite o dia do desenhista pra me dar um agrado. Vença a preguiça e o preconceito, e leia meus quadrinhos. Faz uma força aí! São esses aí embaixo. Pra dar zoom, clique em cima.

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Deixe meus parabéns nos comentários. E se puder, ajude a divulgar este blog. Fico eternamente grato. Até domingo.

É isso, Tchau.